quinta-feira, 14 de março de 2013

SOBRE AS RECENTES CHUVAS E A SITUAÇÃO DO ESTÁDIO DR. ATALIBA DE MORAES


Tenho atuado no cenário político e administrativo de Brazópolis desde minha infância, acompanhando meu pai, saudoso “Paíco”, defensor apaixonado do PMDB, em todas as eleições que participou. Mais recentemente, a partir do ano de 1998 até hoje tenho vivido bem de perto as mudanças políticas do nosso município. De 2001 até hoje tenho atuado diretamente como agente político, sendo secretário municipal por 8 anos e vereador já no segundo mandato, graças aos votos de todos de confiam no meu trabalho e sabem da minha paixão pela nossa cidade.

Os recentes acontecimentos, mais precisamente as obras iniciadas ao longo do Córrego Tijuco que, no meu entendimento, conforme sempre denunciei na Câmara Municipal, foram iniciadas com interesses puramente políticos e sem nenhum planejamento ou acompanhamento técnico competente, merecem uma análise mais detalhada, pois nós todos da comunidade estamos sofrendo, em boa medida, por causa dessas obras que foram frutos de desvarios de políticos que não tiveram nenhum compromisso com nossa terra e expuseram nossa cidade até a alagamentos, coisa que nem em nossos piores pesadelos ousávamos imaginar que pudessem acontecer.

A formação geográfica da cidade foi de tal forma desenhada que as águas geradas nas ruas e casas desembocavam na parte lateral do Estádio Dr. Ataliba de Moraes, no trecho de passagem mais baixa entre o campo e a Rodovia MG-295, de forma que tal espaço era suficiente para a passagem das águas geradas, mesmo nas chuvas mais intensas. Isso, bem explicado, antes do início dessas obras que aterrou tal passagem e impediu que as águas por ali escoassem.

Hoje, o que temos de realidade, são as mesmas águas sendo geradas na cidade, num volume ainda maior, já que mais construções foram feitas e o solo ficou ainda mais impermeabilizado e, no entanto, as águas geradas na parte de cima da cidade, não têm por onde correr senão no gramado e nas laterais-pista- do Estádio Dr. Ataliba de Moraes, de forma que o aterro do campo está ficando cada vez mais úmido e cedendo em vários trechos com as chuvas mais recentes nesse mês de março.

Vale lembrar que, por debaixo do campo, passam várias tubulações com águas fluviais e pluviais, sendo: o próprio Tijuco Preto, que passa na lateral do gramado em tubulões de aço de 2 metros de diâmetro; as águas procedentes da Praça do Mercado e arredores que passam em manilhas antigas de cimento de 1 metro de diâmetro e atravessam todo o gramado até o despejo nos tubulões; as águas de minas existentes na parte de cima do estádio que, através de drenos de manilhas que passam pelo gramado e pela pista, também são jogadas nos tubulões.

Em suma, pode-se facilmente deduzir, com base nesse cenário real e notório, que os alagamentos decorrentes da chuva do dia 06 de fevereiro, em grande parte, foram causados por esse cenário, criado a partir dessas obras iniciadas sem nenhum planejamento que considerasse a geografia da nossa cidade, sob a gestão de pessoas que não conhecem e não vivem nossa realidade.

O fato ocorrido em 6 de fevereiro se iniciou com o acúmulo da água na Travessa Coronel Caetano, daí seguindo para o gramado do campo, derrubou a tela na lateral da Travessa Joaquim Vergueiro, invadiu as casas, derrubou os dois muros do colégio, invadiu mais casas e derrubou o muro do grupão e, daí em diante foi se acumulando e causando os danos e prejuízos e as tristezas que já sabemos. Graças a Deus, nosso povo gigante está superando com muito trabalho e fé essa situação adversa.

Já enviei pedido de providências ao Prefeito para que um perito faça um laudo técnico de todo o trecho do Córrego Tijuco Preto, desde sua nascente até o desague no Rio Vargem Grande, e que esse estudo possa apontar quais medidas devem ser tomadas para que nunca mais tenhamos uma situação como esta que aconteceu no dia 6 de fevereiro. Todos nós da sociedade temos que cobrar, acompanhar e colaborar com as medidas que serão implementadas pelo Município daqui pra frente, de forma que nossa cidade possa voltar a ser um lugar seguro para morar.

Claro que devemos exigir dos gestores públicos medidas adequadas para a boa gestão da cidade, mas também temos nossas responsabilidades enquanto cidadãos, que não se limita a denunciar as situações de risco, mas também a evitá-las, cumprindo a legislação federal, estadual e municipal na hora de construir ou de fazer qualquer ação que possa interferir no meio ambiente.

A convivência harmônica entre a cidade e a natureza depende do que todos nós fazemos para que isso seja alcançado.

Vereador JOSÉ CARLOS PAÍCO


 

 

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